sábado, 7 de setembro de 2013

Jovem-eu

Eu atravessava a rua e os carros giravam ao meu redor. Via-me cara a cara com a realidade: ora satisfeita sob cálidos olhares, ora intransigente aos vai-e-vens que a vida dá. No instante em que os carros giravam - e minha cabeça junto - meus pensamentos se tornavam aleatórios como o playlist da minha mãe que limpava a casa. E essa liberdade caracterizou a minha exclusividade: Eu era, mais do que nunca, a jovem-eu; eu menina, eu mulher.

Ao amadurecer


Eu bebi.
As palavras tinham gosto de esperança
Mas sem lucro, com finança
Adoeci.

Palavras - ideias - humores - novos - luz - nós - luz

Eu cresci.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Despertador


[Eu] Já não mais cabia em mim, em meio a tanto sentimento. Desabei.
Quantos dias foram jogados fora? Quantas horas seriam necessárias para cobrir as lacunas e reconstituir os pedaços de um coração estilhaçado?
Ímpeto e vertiginoso, célebre na figura de um castiçal. Os meus pensamentos voaram "a lo léu", atiraram-se de mim como o grão de areia migra em função da ação de ventar do vento... Mantive o passo firme segurando as rédeas, bebi cada lágrima escorrida.
Desliguei o despertador. Logo iniciaria um novo dia e era vital para a minha integridade segredar as angústias.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Adaptações

Passei um "bom" tempo sem escrever: consideravelmente cinza. Havia esquecido do poder das palavras. Nem lembro como se começa pra poder "recomeçar". Talvez nossos dias fiquem melhores quando revisitamos nossos sonhos e passamo-lhes a acariciar. Talvez seja mais prazeroso assim. Talvez tenha me proporcionado aprendizagem este curto período de tempo, que pareceu-me infinito. Chega de talvez. Enfim, as palavras. Tornar a brincar com as palavras.
Hoje vou abusar do blog. Contarei sobre os meus confusos pensamentos, e sobre a etapa mais difícil da minha vida até agora.
É véspera do meu aniversário. Quero dizer, ele se aproxima. Não que seja amanhã (por mais que, pela ansiedade, pareça), mas a data longínqua de quando 10 anos eu tinha se aproxima. Tenho quase 15 anos. Fujo diariamente dos julgamentos, pois ora pareço ter muito mais que a idade, ora meus pensamentos me remetem aos 7, 8 anos. Pra qualquer adolescente esta fase é complicada e nostálgica, creio eu. Por falar em nostalgia, as inconstantes mudanças de humor estão cansando a minha beleza, se é que assim posso dizer. Na minha cabeça, minhas amigas não se importam comigo por eu ser chata, e isso me aborrece. Esqueci: Se é que eu tenho amigas. Se é que eu sou chata.
Tô falando. No âmago, tudo o que eu sinto está de acordo com a minha idade, e, por isso, apelarei novamente aos julgamentos, já que nas aparências e na ficção eu pareço mais madura. É que me julgam pela minha forma de agir, mas ninguém conhece o que eu penso (melhor assim, heheh).
Minha vida está em época de mudanças e adaptações. Acabo de sair de uma escola municipal que fica a 5 min de casa (embora eu reduzisse pra 2 min quando acordava atrasada). Preciso fugir das desordens e me preparar pra aceitar notas amenas e até ------------------------------------- baixas. Oh, não! Amanhã iniciam as aulas e meu currículo vai mudar, minhas preocupações, minha cabeça e minha disponibilidade. Ingresso em uma escola técnica pra cursar Química. De coração, espero gostar muito desta área, pois a medicina pra mim quase nem é mais um sonho. É que não sou forte o bastante pra suportar tamanha dor, e não sei se algum dia me considerarei apta a aceitar o desafio. No momento, não me imagino tendo que dar a notícia aos pais de que seu filho morreu em minhas mãos. Questiono-me se suportaria, ao menos, assistir a esta cena. Eu, frágil do jeito que sou...
Entreverada com os compromissos escolares e as preparações para a noite de 15 anos, vem a Ciranda Estadual de Prendas, um concurso que reúne cerca de 30 prendas, em cada modalidade, em busca da realização de um sonho. Me comovo sempre que assisto a vídeos, fotos, entrevistas. A cada dia minha certeza se agranda de que é o maior sonho da minha vida representar o Rio Grande do Sul com título de Prenda Estadual. Mas sonho que é sonho exige esforço pra que se concretize. E com o meu não poderia ser diferente. Cerca de 30 livros pra ler, 4 provas pra desenvolver e um relatório de atividades. Pra uns parece pouco, pra outros, muito. Pra mim, é o suficiente pra suprir o desejo de ser Prenda Estadual.
Maio. Mês de término de trimestre. Escola de nível muito superior à anterior. Terceiro final de semana: Exercício de um sonho. Quarto final de semana: Noite de comemoração. Três coisas extremamente importantes na minha vida estarão acontecendo durante este ano. Conciliar tudo é o que me resta. E fechar os olhos, acreditar, sonhar e, acima de tudo, fazer por merecer.
Sinto-me mais leve! 2013, pra mim, inicia em 5, 4, 3...

Como o botão de uma rosa

O tempo congelou, e, com o tempo, congelados vossos corações clamaram por ar, liberdade. Em meio a tantos amores não correspondidos e tantas batalhas incumpridas, nasceu em mim uma esperança, como o brotar de uma rosa: linda, misteriosa e apaixonante. Ora... Comigo? Um amor límpido, que afasta males, desprende lágrimas e provoca o riso? Meu futuro foi moldado por mãos tão macias de um Deus que existe e faz-nos questionar nossa existência.
Nos vai-e-vens da vida, meu coração eclodiu. Senti-me como um botão. Um botão que sorriu.

domingo, 12 de agosto de 2012

Carta de Princípios x Promoções político-partidárias...

A CARTA DE PRINCÍPIOS DO MTG preza por:
"XIV - Evitar atitudes pessoais ou coletivas que deslustrem e venham em detrimento dos princípios da formação moral do gaúcho."

Para tanto, saibamos avaliar nossas atitudes em promoções de candidatos da política-partidária, não deixando com que as mesmas nos façam desonrar o encargo de prendas e peões Tradicionalistas. Não confundamos nem misturemos. A fim de propagar nossa cultura, devemos primordialmente preservá-la, e nisto inclui a certidão e o cumprimento dos artigos que nosso Documento Maior almeja.

Prenda

Deveras palavras e expressões qualificam a prenda. Dentre as tantas, nenhuma mais adequada do que a mais honrada por nós, prendas: Regalo. Regalo que nos foi concebido, deveres que nos foram incumbidos, amores que nos foram proporcionados. Valores! Exaltemos e exalemos nosso perfume de uma rara flor. Ser prenda não compreende valor. Ser prenda é, realmente, é um regalo de Deus.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Itinerário incerto.

Bebi água de meus olhos. Pareceu-me pura a lágrima. Senti um gosto fresquinho, semelhante ao de chuva: gosto mesmo de vitória. Orgulhei-me, e a cada minuto mais encharcava meu rosto. Saborosa repetição. Ao vislumbrar o céu, uma lágrima solta pelo chão. Ao apreciar a beleza das cores vivas de um desenho abstrato, outra que cai.
De meus olhos já apartaram-se tantas lágrimas que nem sei. Espero que o chão as tenha absorvido, pra que eu não encontre-as empilhadas nos caminhos que trilharei. Mas saberei que pura estará minha'lma sempre que, por necessidade, puser-me a chorar.
As pessoas vão e vem. Os fortes e que realmente nos amam ficam para sempre. As lágrimas que caem de nossos olhos quando se descobre as falhas de nossos conhecidos enquanto considerados amigos, por vezes, levam-nos embora.
Assim precisa ser: de nada vale um amigo com o qual não temos liberdade de expressão. Dói ver uma pessoa que você cuidava como se fosse sua irmã, mas se o grau imaginário de parentesco não lhe era explícito, que a sujeira que manchou seu coração possa ficar nas mãos desta pessoa, e permita-me desejar que lhe suje um pouco também. Quando em nós pisam, podemos sentir a dor que não sentimos enquanto pisamos.
Conservar os amores fortes é necessário, pois, por mais que se pense conhecer de cabo a rabo o amigo, nos é provado o contrário quando já não mais fazemos falta em sua vida.

Gaúcha...

Saiba controlar sua ansiedade. Deixe que o vento diga quais as metas que conseguirá atingir, mas esforce-se para não ter a chance de perdê-las de vista. Certa feita, em um livro encontrei uma informação que me pareceu transcender tanta paz, pois pude entender o quão indecifráveis são os amores que temos. Dizia que um célebre pesquisador gaúcho (que aclamemos a Paixão Côrtes), haja visto que lhe fora imposta pela sociedade uma máscara de "grosso" por vê-lo vestir bombachas em pleno século de Guerra Civil, donde eclodiu a triste globalização, chorando ao ver sua bandeira rio-grandense, em trapos, a servir de toalha para uma mesa de bar, na capital. Durante anos a fim de decifrar tal sentimento por nosso pago, pechei na conclusão de que, realmente, não há explicação. Relevante também me foi o fato de que tantas outras prendas e peões de outros lugares que não daqui sentem um forte apego aos nossos costumes. Retrato disto tirei do Concurso de Prendas da Confederação Brasileira de Tradição Gaúcha, onde senti que naqueles corações de querências distantes estava o amor por noso pago, nosso chão. Compreendi, a partir de seus gestos, que amavam o Rio Grande do Sul assim como nós, Tradicionalistas Gaúchos (natos desta terra). E digo: muitos dentro daquele pavilhão me comoveram por transparecer que tinham a alma mais gaúcha que muitos sul-rio-grandenses dançarinos ou contra nosso Movimento Organizado.
Por inúmeras vezes saí de um concurso sem o primeiro lugar. Dentre as tantas, em nenhuma perdi as esperanças. Talvez ainda não soubesse (ou não o saiba, quem sabe?) a forma mais propícia para o preparo. Mas acredito que, antes de almejarmos um título por vaidade, devemos sentir o tradicionalismo e vivê-lo. É imprescindível que passemos horas lendo sobre nossas tradições, E NUNCA SABEREMOS TUDO, mas o principal é saber viver a essência do tradicionalismo, que vem a proporcionar este inexplicável amor que temos pelo Torrão. O resultado é consequência de nosso esforço, dentro dos concursos, e eu posso cair ainda muitas vezes, que vou conquistar meu objetivo. E os que me julgam, chutando alto, devem ter um por cento do meu amor pelo Rio Grande. É que me brilha o olhar quando eu falo em Tradição, e me perturba a ideia de não ser boa o bastante, o que gera nervosismo e uma decepção consequente. Eu sei que quando for a hora de eu mostrar pra minha Terra o que me  trouxe até aqui, o meu sentimento já será muito maior que hoje já é. No lugar que eu estiver, seja quando for, sempre me orgulharei de minha cultura e de minha Terra natal. Sempre me orgulharei em ser GAÚCHA!