segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Amigas por opção!

"Florzinha da mana, a simpatia e a simplicidade se resumem nesta prendinha linda! Um regalo de Deus, que veio ao mundo para encher a nossa família de orgulho e de felicidade. Há quase 10 anos atrás, eu me lembro, o vô inquieto na sala, andando de um lado pro outro, a vó se acordando de madrugada com a motinho do mano pra aquentar o leite pro nosso café... até que, no dia 25 de maio se ouve um grito no telefone: "nasceeeeeeeeu!!!" Era o pai ligando pra avisar, e a casa virou uma festa! O bebe mais lindo, e com o coco mais fedorento que eu já vi!!! rsss Hoje já é quase uma moça, mas pra mim e pro mano sempre será aquele bebe rosinha, que cagou um "pits"!!! Por mais que tu cresças (e que passe de mim...), sempre será a nossa maninha querida, que nós vimos crescer e que amamos desde o dia que descobrimos que tu tava na barriga da mãe! Gi, a mana te ama muito!!!"
23/09/2007

Lembra, mana? Agora é a minha vez.

Eu sinto saudades das coisas que hoje citamos inesquecíveis. Sorte. Sei que a tenho por nascer na vida da família Zoppas Pierezan, em 1998. Um bebê que não foi programado, mas, segundo vocês, ao saberem da notícia, passaram a amar. Eu prefiro acreditar nesta versão da história a chegar a me convencer de que o pai e a mãe me acharam numa lixeira. Sempre gostei do mano, ele sempre me amou. Desde pequena.
Bah! Não ia comentar sobre tamanhos... Agora já foi! Só passei uns dois ou três centímetros, né?
Às vezes paro pra pensar... como tu estás envelhecendo! Mas nem chegou na flor da idade ainda, não te preocupa que tua vida ainda vai passar por muita coisa. E muita coisa ao meu lado, eu espero.
Passei o tempo inteiro a reclamar dos irmãos que me xingavam e ainda não tinha percebido as causas. Foi preciso eu meio que te perder (pois, de certa forma, foi o que aconteceu) para entender teu significado na minha vida. Ainda me causa dúvidas. Não está explícito. Ainda.
Eu só sei que uma irmã como tu eu não trocaria, nem aqui nem lá pras bandas da tia Lili Maluca. Porque tu és iniguálavel. Nem que eu tenha URCERA eu vou me esquecer de ti - nota que não tem nada a ver com esquecer de algo, mas é só pra lembrar da urcera, porque ela me faz rir.
Sempre que tu precisares fazer palavras cruzadas me peça que eu mando por sedex. E se precisar de ajuda pra achar as palavras, liga pra 0800 6428222. Parei.
Tu foste pra longe da gente, mas por bons motivos. E, na próxima vez que baixar minha pressão, eu já terei uma veterinária particular. Não precisa vir uma desconhecida me atender. Vai que ela dê a vacina errada? Mas tu também não cobras a consulta, né?
Saibas que mesmo estando longe, estás bem pertinho de mim. Bem pertinho. E eu sinto essa necessidade pra que aqueça o meu coração quando estiver gelado. Porque amor de irmã é indispensável, assim como tu, que, além de irmã, és indispensável na minha vida.
Eu não pude te ver nascer. Eu não presenciei a cena nem ninguém me relatou o fato. Eu só sei que não seria a mesma se tu não fosses minha irmã, porque eu talvez não te conheceria, nem lamentaria por ser de família diferente. Mas sou melhor por saber que esta hipótese foi descartada e por ter sido felicidade na tua vida.
Por mais que palavras não bastem, ou que elas não destranquem da minha garganta, tenho poucas oportunidades de te convencer da imensa falta que tu deixaste no meu coração. Eu posso não dizer que te amo, posso não ser de todo ouvido ou não ter o sorriso mais irradiante por instantes, mas isso não muda minha forma de amor por ti.
Nós somos mais que irmãs, somos amigas.
Agora tu já fizeste alguns aninhos a mais que vinte. Eu farei outros poucos acima de dez. E eu espero que estejamos nessa conta de idade juntas até que eu faça uns noventa e cinco. Cento e cinco tá bom pra ti, não tá?
MANA, ACIMA DE CADA NUVEM, DE CADA PALAVRA, DE CADA SENTIMENTO, DE CADA RAZÃO DETERMINADA PELO DESTINO, EU TE AMO. És a amiga que eu tenho e, por sorte, irmã que a vida me deu. As verdadeiras melhores amigas que eu tenho são tu e a mãe. Tanto longe quanto perto, estás perto sempre. E farei de tudo para chegar aos noventa e cinco sendo teu orgulho, tua jogadora de truco, tua bagunceira, tua prendinha mais linda do Rio Grande como relatado num outro depoimento!

TE AMO MUITO!
Nunca esquece de mim, tá?
31/01/2011

Dedicado à Bibiana Zoppas Pierezan, minha irmã.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Procuro ver além da beleza deste céu aveludado e das aves que o contornam. Por que ele também não pode contrair outras cores? É rosa como o amor, laranja como as lembranças, branco como a tranquilidade e a paz. Verde como a grama, por que não? Basta imaginar.
Também é azul, como um vestido de veludo no amanhecer do dia. Não o deixe desbotar. Ele é recíproco, mas maravilhoso a qualquer horário do dia. Uma divindade esplêndida é quando nasce. E quando se põe. Não existe maior espetáculo! Enquanto estamos dormindo, acontece o esplendor. E é inexplicável a perda, pois estamos sempre pedindo dias melhores, mas este momento sempre compensa e nos faz persistir. Nos ajuda a viver. Nos cativa. Nos ensina a viver. Visite o mar. Lá estão as borboletas!

Voe

Meus olhos só enxergam o que não vejo. Ou o que não quero ver. Talvez seria melhor fechá-los, mas os cílios foram costurados na pele para que haja encanto. Para que as retinas presenciem e decifrem as cores. Para que não haja imperfeição!
Por isso ultimamente percebo que sonho alto de mais.
Eu voo.
Mas, apenas acima das nuvens, posso julgar meus almejos e ambições.
De repente cada cor fica mais vívida.
De repente cada palavra faz mais sentido.
De repente cada olhar leva mais brilho.
De repente cada sentimento é mais puro.
De repente!

Preto-e-branco com aquarela,
Escuridão com claridade,
Fosco com cintilante,
Ódio com amor
E uma vida calma, com o céu azul.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Flor

Eu sou uma flor nestes vendavais. Dália, copo-de-leite, rosa, girassol...? Descubra. Aceito beija-flores sugando meu néctar. Tolero insetos sobrevoando sobre mim. Deixo que mãos humanas me acolham. Porém - sempre existe um porém -, só peço que me cative, me regue e me cuide, senão murcho e rebroto noutro jardim.

Círculos, ciclo

Meu céu é azul. Meu sol é amarelo, ardendo em chamas. Meu arco-íris, através de sete cores, desvenda o branco. Minha janela é quadrada. Meus sóis, minha cabeça, a roda, o mundo... formam um círculo. Um ciclo redondo. O ciclo da minha vida.

Palavras e gaivotas

Podem as palavras não bastar, ou apenas não saberem expressar. Podem, elas, ser costumeiras quando o sol se põe, ou querer imitar as gaivotas sobrevoando nos dias limpos, tagarelando e entoando cantigas; porém, interiores. Podem ainda, as palavras, teimar em sair sem saber o rumo que as frases lhes darão. Se serão complicados ou simples como o cantar das gaivotas.
Mas, afinal, ambas são iguais. As palavras, assim como as gaivotas, voam e encantam ou destroem sorrisos. E ainda não descobriram o acaso antes do ocaso. Porém, cada dia é um novo dia, e elas não se prendem ao passado. Estão sempre a procura de um ninho.
Ela hesitou. Porém, por força do hábito, seguiu seu instinto. Tinha algo misterioso que a prendia dentro daquela casa escura. Um dilema para causar complicações... E apenas ela parecia entender. E bastava!

Vício

Um vício, ou algo mais. Vinha tornando-se comum fazer, pensar, agir, estar toda hora programando e ensaiando o que falar, como falar. Gastei horas em ensaios fúteis e banais. E nem o tempo curou as feridas que ficaram de uma experiência de vida rara, ou apenas estranha e incômoda, mas linda, pra mim. Eu continuei andando, procurando uma saída. Peguei atalhos, afundei meus pés em buracos, deixei-os calejados e cansados. Segui sempre em frente, sem pensar em desistir. Não hesitei ao encontrar uma nova estrada; a fiz parte de minha caminhada. Há doze anos busco o caminho certo, mas não desisto da razão maior de ter nascido. Viver, esse é meu vício!

Tempos

E hoje os pensamentos sonham ser cantar de galo nas manhãs do mês de agosto. E voam longe, como meus olhos claros, enxergando ternura e afeto e um rio com águas cristalinas, agonizando. Mostrando como foi bom viver outros tempos. Os tempos bons. Que hoje teimam em ser tempestade nos meus olhos de noite. E sonham em ver o sol nascer quadrado na janela dos meus olhos.

Otimismo

Meus olhos encheram-se de campo. Com água e claridade, meus olhos enxergavam longe. Longe para trás, assim como para frente. Um explícita retrospectiva de uns tempos passados; RETRATOS. Um olhar ao longe, bem longe, no futuro que virá. No fundo da garrafa funda deixada no mar. Ou não virá.
Sonhos: possíveis ou impossíveis realizações. Prefiro ser otimista.

Como uma flor

Um dia eu nasci. Brotei como uma flor nas auroras das manhãs. E passei a ser mais uma estrela deste céu infinito, cheio de brilhos se ofuscando e os novos se acendendo. Uns reluzindo...
Passei a ser espectadora dos pores-de-sol nos verões quentes que encontravam o mar e contrastavam o laranja amarelado com o azul anil. Antes de pôr-se o sol, tento ser o combustível de um carro. Depois, provavelmente sou uma gota no oceano, ou mais uma flor na primavera da vida.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tempo

Um tipo de experiência tão incomum. Um modo diferente de aprender... Tempo! Eu desconhecia aprender com ele até um tempo atrás! Mas ele contraiu tanta nitidez em seu aspecto, que fui obrigada a notá-lo. E me mostrou coisas que já vivi e nem sabia... ou nem lembrava!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Feliz

Meu arco-íris é agora um céu nublado
Que vinga com suas nuvens de chuvas frias
O fato de eu ter sido feliz.

Feliz eu sou.
Felicidade é rara,
Pois todos dizem ser felizes,
Mas sempre há uma escuridão por dentro.

Feliz eu sou, quando não me turva a visão.
E as palavras não bastam pra explicar essas emoções.
Apenas o fato de viver...
E ser feliz!

Sonhei

Além de qualquer expectativa, sonhei em viver nas nuvens, com sonhos de algodão a enfeitar minhas noites de sono. Sonhei ter sonhos, grandes sonhos! Havia cansado de viver em meu tempo e viajei no anos, voando para bem longe e não sabendo o dia de amanhã. Com as consequências: algumas soube lidar; outras tantas ficaram com motivo de risadas! E lamentos.
Porém, aprendi cedo a viver "hoje", apenas planejando e prevendo o amanhã. Jamais o vivendo.
O sol deitou-se, ao longe,
E a boca da noite chegou anunciando que mais um dia acabara de se findar.

Silêncios ao vento

Sentado, à beira de um fogo,
Tomava uns mates
Pra amargurar mais a saudade
Que teimava em ser
Chuva nas tardes de sol quente.

Lembrara de seu pai,
Na mesma situação,
Lhe dizendo com rara emoção
Que a vida dura para quem insiste em sonhar.

Houvera concretizado seus sonhos
Antes do pôr-de-sol!

E hovera as horas
De sentar-se ao fogo-de-chão
E celebrar mais um dia estancado
Que escancarara a porta
Com lembretes do passado
Mostrando as tábuas tortas,
Entre as tantas,
Que fizeram a casa de madeira
Despencar das alturas.

Essa casa foi morada
E foi refúgio nas tantas tardes
Que não tivera a quem confiar recuerdos.
Estes que se foram,
Porém, permaneceram em sua lembrança
Durante muito tempo.

Morreu bem como vivera,
Por andar solito a apagar rastros
Que a vida deixara.

Mas levou consigo
Que a vida é pra ser vivida
E a esperança comprida
Nestes sonhos que parecem
Gostar de dar gargalhadas da gente.

Não tivera amigos
Por viver quieto a pensar
E lembrar
Das tantas injustiças...
Hoje uma gota do oceano imenso.

Seus sonhos foram intensos,
Porém, apenas sonhos!
Pois lhe faltou esperança
Pra acreditar
E soltar ao vento.

Tivera guardado os silêncios
Para as tardes chuvosas
Que usava para consertar seus erros.

E errava mais,
Ao fazer deste modo.

Até que a morte chegou bem devagarinho.

E ele fora mais um
Dos que foram-se em silêncio
Com gritos trancados na goela
E boas lembranças agonizando as tardes.

O seu sol se pôs pra sempre!
E seu oceano transbordou.

O vento não guardou seus segredos
Por não lhe terem sido confiados.
E seus silêncios,
Que adormeceram moças
Em seus pelegos,
Foram eternos
Na lembrança de seus tantos amigos:
O pôr-de-sol de cada dia,
Os sonhos
E a morte.