terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Basta atravessar o arco-íris

Sinto que o dia se despede...
Feito uma tartaruga no inverno,
Ou um coração que se queda a chorar.

O sol vai beijando a terra.
As borboletas, furiosas, esburacam nuvens.
Cada graminha, em sintonia, rebola de um lado a outro.

Quando acordar, ainda estarei olhando da janela
Mesmo que haja vida lá fora...
Talvez nem saiba viver, por estar presa atrás de um vidro.

Esta angústia me consome.
Vou torcer as dobradiças, enfrentar o mundo.
Vou alimentar minhas borboletas!

No outro lado tudo é mais tranquilo.
Dói mudar de posição,
Mas é lá que estão as borboletas.

Basta buscar o pote de ouro ao final do arco-íris.

Proprietário do meu coração...


Sem pudor, mordo teus lábios
Sem pensar, deixo-te com ares de desejo
Loucura total são teus beijos
Que me fazem aninhar em teu peito quente.
Amor delinquente...
Se a saudade nos vier machucar,
Quedemo-nos, sem chorar,
Pois até a distância adotou ensejo.

Quantos planos temos para o futuro?
Quantas saudades serão cúmplices do nosso amor?
Seja onde for...
Há saudade brotando lá pra fora
Mas aqui dentro chove muito mais.
Se os poetas e seus ancestrais não a sentem,
Seríamos deuses, agora?

Lá mesmo, onde a balsa faz a curva,
Encontrei meu coração em teus versejos.
Olhei pra lua: senti os teus beijos...
Avistei o sol: estremeci em carícias.
E agora, sem malícia, pouco a pouco,
O tempo passa em sulcos.
Proprietário do meu coração,
Cuida bem de mim!
Confio em ti de olhos fechados
A cada plano, cada forte emoção...
Vejo um futuro promissor, de sofrimentos minguados.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Chacarera do Tempo

"[...]É o pranto que sai dos olhos, evapora e vira riso
É a ilusão de um sorriso se transformando em saudade
Não existe identidade na dinâmica da vida
Pois pode ser desmentida qualquer pretensa verdade

Quem vive vai rumo ao nada mas pode passar por tudo
Se sabe apenas que o mundo não tem começo nem fim
A história também é assim, andando sempre pra frente
E é só contar diferente pra que o Não nos diga Sim[...]"

(Pirisca Grecco)

Amigos? Quem são?

Já olhei para trás sem ver ninguém e, num passo firme, me cerquei de amigos. Dias atrás, pisei em falso e as pessoas afastaram-se de mim. Perguntei-me: Eram amigos ou figurantes pedindo grana? Aí dei zigue-zagues e percebi que apenas os que balançaram comigo, sem me deixar cair, são os amigos de alma e fé.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sucesso vs Fracasso

O sucesso está em cada palavra sincera que vem a se tornar uma ação concreta. O fracasso é a inveja dos pés à cabeça.

Dê espaço ao coração, liberte as emoções: seja poeta.

Poeta é o indivíduo rico de alma, sensível quanto aos sentimentos, forte em relação às razões desconhecidas do coração. Não pode-se dizer poeta o fazedor de versos que usa as palavras do dicionário. E aos modestos poetas de alma livre e pura: Orgulhem-se do valor que dão ao coração.
As pessoas sensíveis que têm a capacidade de atropelar a razão. Dizem-se fortes, mas por sentir o atropelo e conseguir vencê-lo. Mentira é dizer que os poetas não desejam um colo aconchegante, uma paixão que represente Contos de Fadas, um bom-dia caloroso como primeira palavra.
Passamos por fases na vida, e o que sofrem têm a capacidade de ter sentimentos. Hoje só leio idiotices que já escrevi, mas, pra não perder de vislumbrar o horizonte, vejo em mim um coração cada vez maior e mais experiente.
Tristes dos falsos poetas, que criam um autorretrato de Hemingway em sua cabeça, mas não se abrem às ideologias inventadas por seu coração vazio. Não dão espaço para sofrimentos, apenas desejam ter tudo em mãos. Por mais que não sintam, estes são os condenados. Porque quem sabe que sofre, chora e aprende. Quem desabafa, aprende. Quem aprende, constrói. E que não constrói, morre sem estrutura alguma. Às vezes cultivo meu espelho quebrado, mas sem reclamar das feições.