terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Beto Carrero World

Bem parecia mentira, mas não era. Tinha a ver com um filme, de terror, mas era verdade. E aquilo, pra mim, marcou profundamente. Contaram-me que, num passeio de escola, rumo ao Beto Carrero World, duas pessoas morreram e muitas se feriram. Era uma oitava série, com o pensamento lá em Santa Catarina. Daqui de Novo Hamburgo. Um passeio de escola. De fim de ano. Nada mais. Comemorar, pois uma etapa de sua vida estava acabada! Mas como ir até lá? De carro? Ônibus? Vã? Kombi? Como? Eis a questão!
Uma menina, a líder da turma, de fato, conseguiu alugar uma vã. Como seu tio tinha outra vã, a turma se dividiu: foi metade numa e outra metade noutra. O tal homem desconhecido, dono da vã alugada, disse que conhecia um atalho. Seguiram sua ideia, pois queriam chegar logo no Parque. No meio do caminho, furou o pneu da vã em que estava dirigindo o homem desconhecido. Depois acabou a gasolina. Bom... Resumindo, tudo de ruim acontecia para ele. Só para ele. O pessoal começou a achar estranho, mas não se deixaram levar por isso. Sabe como é a cabeça de um adolescente! Quando cisma com algo, não desiste de sonhar. Estavam com as ideias lá em Santa Catarina... Longe!
Quando pararam pela última vez – era noite, precisavam descansar – desceram todos dos automóveis e foram fazer suas necessidades, dormir um pouco, comer... Pensar na vida que Deus lhes dera, e sonhar mais um pouco, com a angústia e vontade de chegar logo. Como a menina responsável e seu tio já estavam um pouco preocupados com o “cara” estranho, e as meninas precisavam ir no “banheiro” – imagine um banheiro num mato, num deserto, num fim de mundo – reuniram-se e combinaram de ir todas juntas. Curioso, a Milena – uma colega – desapareceu neste meio tempo. Mas ninguém se deu por conta! E o homem não estava lá com eles. Dali a pouco o tio da garota sumiu.
Os meninos, como eram estratégicos, resolveram correr logo dali, pois algo estava ficando muito estranho. Foram todos em uma vã, pois a outra havia desaparecido. Depois de percorrer muito, lembraram do tio da menina. Não podiam deixá-lo lá, sozinho, em algum lugar. Voltaram tudo. Tinham andado bastante já...
Quando estavam chegando, lembraram-se da gasolina. Tinham programado de abastecer a vã em certa cidade. Com alguns metros de distância do lugar de onde pararam, ela acabou. Os meninos disseram para as meninas ficarem ali até eles voltarem com o tio da garota.
Chegaram ao local e não havia nada, nem ninguém. “Que burrice!” – pensaram. Como deixaram as colegas sozinhas naquela vã? E tão longe de onde estavam. “Pegaram-nas!”. Foi o que lhes veio na cabeça, e o que realmente aconteceu.
Pra encurtar a história, aquele tal “homem estranho” era um pedófilo. Fazia transporte para roubar as pessoas, matá-las e guardar seus órgãos em potes. E não era só ele, tinha um galpão todo equipado nos fundões daquela estrada e várias armadilhas espalhadas pelo chão. Tinham mais dois ou três homens que lhe auxiliavam. Arrancavam os olhos das pessoas e, depois, os vendiam. Que brutalidade! Bom que os guris acharam esse esconderijo e conseguiram, depois de muito bem pensado, chamar a polícia, denunciá-los e soltar todos seus amigos – todos não. Pobre Milena! Estava toda amarrada numa madeira... Não tinha mais chances de viver. Apenas lamentaram... E o tio da garota foi encontrado morto. Morrera tentando salvar Milena. Sim, chegou a lutar... Mas não resistiu!
E, no final, ninguém foi ao Beto Carrero World. Imagine a frustração destes adolescentes! Que história! Eu nem sabia que tal “sutileza” existisse. Como pode um ser humano ter uma mente como essa?

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