quinta-feira, 19 de maio de 2011

Minha história, minha vida...

Como se eu vivesse em um livro aberto... Como se cada personagem tivesse um pouquinho de realidade em si! O fato é que não tem. Em meu livro todos têm vida, porém, ninguém a tem. Viver, para nós, é consistir em exercer o fato de termos nascido. De sermos partículas da natureza. E não a verdadeira função: abrir o tal livro de nossa história, o da imaginação.
Na minha história sou apenas coadjuvante. Classifico como prioridade as pessoas que me rodeiam, que me fazem sentir bem, e não costumo me incluir nesta lista.
Desde que nasci trilho um destino que me foi traçado antes de pensar em vir para a Terra. Posso dizer que não fui programada. Nasci porque quiseram me expor ao mundo, sem antes saber que eu viria. E vim. Trouxe alegria para minha família. Como foi registrado na minha lembrança de primeiro ano:
“Do papai sou a prendinha,
Da mamãe a alegria,
Sou a cara do maninho,
Da maninha a simpatia.
Hoje faço um aninho
E sou uma linda guria!”
Meus pais não disseram: “Vamos ter uma terceira filha!”. Mas, depois que nasci, me ensinaram tudo o que já tinha sido passado para meus dois irmãos e me criaram com muito amor e carinho!
Digo que “desde que estava na barriga da minha mamãe” participo de CTG. Pois é, não é bem assim. Eu cultuo a Tradição Gaúcha desde antes de nascer, realmente. E participar de CTG não é simplesmente dançar, nem ouvir “músicas bregas”, nem usar vestidos lindos, mas tão fora de moda. Ser gaúcho é ter nascido no Rio Grande do Sul. Ser Tradicionalista é ter respeito, é ser compreensivo, ser paciente, trabalhar em grupo, ter milhares de compromissos que nos tornam responsáveis. Enfim, ser Tradicionalista é aprender. Não é à toa que, às vezes, recebo elogios. Dentro de mim, algo me mostra que são elogios convincentes e que mostram a minha personalidade e educação, ambas baseadas em uma cultura um tanto antiga, mas recente.
Sou prenda de faixa desde os sete anos, e busco um ideal muito além das expectativas de qualquer pessoa que não se inclui no meio Tradicionalista. Acho que é esse o motivo maior de eu me determinar diante de dificuldades e ir à luta, nunca desistindo de sonhar.
Sempre mantive um ótimo relacionamento com meus familiares, apenas não quando estou mal-humorada. Todos têm seus dias ruins! Agradeço a eles por tudo e, principalmente, por existir.
Um fato que muito marca minha vida é o convívio em grupo, em equipe. Isto é passado para mim em todos os instantes, e adoro quando o pessoal do Candeeiro se reúne para recordar as antigas “modas”. Gosto de luz, de claridade, e consigo isso através das coisas que ocorreram há tanto tempo, mas ainda estão tão pertinho de mim.
Adoro escrever! Gosto de expor minhas ideias, de gritar em silêncio através das palavras. Elas me libertam, e me deixam aliviadas, permitindo-me alimentar a imaginação.
Minha infância é o que eu levo destes doze (quase treze) anos de vida! O ponto que considero mais importante, pois é tão bom ser elogiada por uma “gracinha” que fiz na fase pueril. Mas nós crescemos! E eu cresci. E, a partir do que passou, escrevi um texto com os sonhos que pretendo concretizar até o ano de dois mil e quatorze. Foi um concurso cultural do Jornal Zero Hora. Eu fui uma das classificadas! Foram quatorze escolhidos perante inúmeros, e só o fato de participar da solenidade de abertura da cápsula do tempo, a qual lacramos e reabriremos em dois mil e quatorze para conferir os sonhos, foi uma realização! Uma emoção tamanha, e algo que ficará marcado para sempre. Pena que apenas em palavras e imagens.
Também ganhei uma medalha de bronze na 6ª OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas)!
São estas e outras coisas que me mostram a importância da determinação e do empenho. O que aprendi e preservo. O que pretendo repassar para as novas gerações.
Não gosto que me julguem por ter mania de perfeição, apenas quero ser o melhor que posso nas áreas que mais considero prazerosas de aprender.
A minha história é longa, e apenas escrevi doze páginas de meu livro. Talvez, quando tiver quinhentos anos, eu possa realizar outro grande sonho! Enquanto isso, vou rabiscando as páginas de um caderno velho, rasurando e passando a limpo. Mas nunca conseguirei escrever uma história o seu rascunho. Disto me convenci.

Nenhum comentário:

Postar um comentário