quinta-feira, 23 de junho de 2011

Experiência de vida - O que o Grupo Candeeiro significa para mim!

O Grupo Candeeiro vem lutando há cinco anos por uma propriedade. Um lugar para chamar de nosso. Em meio dessas lutas, vários integrantes deixaram marcas em nossa história... A prendinha mascote, a xiruzada alegre sapateando e sarandeando pelo tablado, os piazitos de bombacha, as prendas com suas faixas, os peões com seus brasões. E até os espectadores!
A história é realmente linda! São trinta anos de batalhas incansavelmente históricas! Por aqui passaram peões, hoje grandes músicos, cantores... Passaram declamadores, passaram escritores e violeiros. Passaram pais de prendas e peões de faixa e brasão ligando, tarde da noite, preocupados com seus filhos, pois "saíram já faz tempo, e ainda não voltaram deste tal encontro, deste tal ensaio.". Passaram, sim, pais preocupados com os filhos, e com razão. Querendo lhes proteger. Zangados. "Onde se meteu meu filho, nesse negócio de CTG? Coisa de gente grossa. Não é lugar para ele!" Por uma boa razão, mas sem muita noção dos laços de amizade e união que poderíamos e, certamente, estaríamos traçando em um mundo paralelo ao daquelas tantas preocupações. Outros pais se mantiveram firmes a acompanhar os filhos nessas rodas de mate, nessas cantorias. Nessa linda união.
Como em todo centro, todo grupo, toda equipe, há discussões. Tem gente que quer mandar mais, tem gente que quer pagar menos. Há crianças também e, principalmente, adolescentes, que gozam das músicas, da cultura, da união. Não têm culpa, pois não provaram o sabor maravilhoso de ver uma família tão unida como é vivenciado dentro de um Centro de Tradições Gaúchas. Houve, sim, muito preconceito quanto ao nome. "Mas nem CTG é. É Grupo, eles não conhecem o nativismo da nossa Terra!". Ao quererem comparar sabedoria com entendimento, os que se enganam são os que pensam com essa futilidade. Estufam o peito para defender o "orgulho da família", para que não o seja ferido. Estufam o peito, sim, para dizer barbaridades. Eles se enganam! Pois o Grupo Candeeiro, apesar de não ter a desonra de se chamar CTG, daqueles com grandes e fortes invernadas artísticas, e a cultural lá embaixo. Ou melhor, nem sabendo da existência deste departamento dentro de sua Entidade... - claro que com MUITAS exceções, pois, graças ao Patrão velho, ainda existe muito CTG por aí afora sem este tipo de defeitos - nós valorizamos a criança. E colocamos todo o futuro em suas mãos. Valorizamos a família, que é o fruto da sabedoria dentro da casa de cada um. Preparamos prendas e peões para concursos e, ainda assim, cometemos falhas.
Passaram muitos integrantes, como até hoje passam. E o que seria de nossa história sem sua passagem por aqui? Trinta anos, para serem construídos, precisam de muito alicerce para o sustento. O que nunca nos foi problema, a avaliar a índole de criação do lampiãozinho que alumia, até hoje, nosso pago! A chama que nos mantêm vivos vem da força e determinação de cada parceiro, cada pessoa que possa pensar que não é coisa boa. Mas eu afirmo: sim, é coisa boa. E muito boa, por sinal! Porque, pelo menos para mim, é lindo ver toda a Família Candeeiro reunida, em volta de um fogo-de-chão, cantando, contando e preservando nosso passado lindo. O que esperamos ser presente!
1980... 2011! Aqui chegamos! Um ano que veio com sabor de recomeço, de alegria a todos os candeeiristas. Ganhamos uma sede, das mãos do Prefeito Municipal. Agora lhes digo que não faremos mais nem menos do que fizemos e que fazemos até hoje. Acho que o dever tem que ser cumprido, e pelo menos é o que tentamos fazer, a cada avanço, cada decaída, cada oportunidade e cada má notícia. A cultura é o que nos orgulha, e não vestir bombacha e vestido de prenda em época de Semana Farroupilha. Isto é automático, e não compulsivo. É um orgulho pra mim, dizer que tenho parte nesta história e que, de certa forma, ajudei para que chegássemos até aqui. Todos nós ajudamos! Com muito orgulho dos fundadores, em especial de meu pai, afirmo que sou feliz por ter tido a oportunidade de tanta satisfação, e de tanta coisa maravilhosa que aconteceu em minha vida em meio do Tradicionalismo. Agradeço por ter simplesmente nascido, o que poderia não ter acontecido se meus pais não tivessem se conhecido. E se conheceram aí, no andar da carruagem. As oportunidades são muitas, e agora, com a sede (depois de ajeitada, bem estruturada) começaremos uma nova etapa! Obrigada, pessoal do Candeeiro. Obrigada Candeeiro, por tudo! E não vamos deixar que esta chama nunca se estingua, porque ainda quero ver minha prendinha e meu peãozinho saracoteando pelos tablados da vida e sendo aquecidos por esta farta união! É de coração que agradeço por toda a minha vida ao lado de meus companheiros amantes da Tradição Gaúcha! Amantes do Grupo Candeeiro, tão cultivador desta cultura que, se depender de nós, será eterna!
Com carinho de quem admira muito seus grandes amigos, Giovanna Zoppas Pierezan, 2ª Prenda Juvenil da 12ª RT, representante do Grupo Candeeiro "desde que estava na barriga da minha mãe"!

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