sábado, 11 de dezembro de 2010

Na beira do mar

Hoje eu vejo as fotos de um passado que não volta. As folhas em que foram impressas as imagens para ficar na memória já estão amareladas de tanto que passei sem vê-las. As lembranças passam a se extinguir, depois de um tempo, em nossa mente e ficam armazenadas apenas na nossa lista de um passado obscuro. E não foi assim. Foi melhor do que eu posso lembrar, só que a minha ingenuidade me faz deixar de lado.
Eu construía castelos na beira do mar e estes eram, para mim, os maiores e mais incríveis. Mas eu olhava para o lado e tinham vários mais bonitos que o meu. Então minha falta de experiência me fazia desistir de ter o maior e mais belo. O que aconteceu foi que a água salgada do mar trocou de papel com meus olhos. Eles deram ao mar o poder de olhar além e o mar me trouxe o choro salgado que eu reservo para quando torno a lembrar destas lindas coisas que antes para mim eram simples... E comuns. Quem me dera ter de novo aquela inocência! Eu trocaria minha vida para voltar no tempo. Eu não sabia quase nada, mas não era tão complicado aprender. Tudo era mais fácil. Bom seria se o tempo tivesse parado para eu perceber como eram incríveis aqueles momentos antes... Simples.
Se hoje eu for construir um castelo na beira do mar, a beleza não terá a mesma raridade do meu castelinho feio que me fez construir meus sonhos e fortificá-los. Será apenas mais um castelo no litoral.

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