quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pra onde foram as borboletas?

Antigamente as borboletas existiam. Eram concretas.
Dava para tocá-las e vê-las voar.
Hoje em dia elas não existem aos olhos da gente.
Parece que o tempo nos turvou a visão,
Ou a visão de quem não acredita nelas!
Eu ainda as vejo... Solitárias, cansadas de sempre seguir um mesmo rumo.
Cansadas de não existirem aos nossos olhos.

As borboletas acompanhavam as brincadeiras das crianças...
- Hoje nem mais crianças! -

Brincavam de boneca, pega-pega, esconde-esconde...
Antes ainda: gado de osso, boneco de sabugo,
Peteca, bilboquê, corda, sapata.
Mas restou apenas uma vida monótona
Para os que vêm viver nestes dias.
Não existe mais infância!

Não sei nem o que estou fazendo aqui, agora.
Não sei por que não estou brincando lá fora.
Não chove, não venta. Apenas morrem, aos poucos, as borboletas
E fazem chover com suas lamúrias.
São choros doídos, que me corroem até ao ouvir.
Não quero ser eu quem sente facadas marcando profundamente o peito, abrindo um buraco.
Não quero mais ser uma borboleta pra sentir essa coisa que dói,
Que nem sei se posso chamar de dor. Não será pouco tratando assim?

Talvez as borboletas estejam procurando seu rumo
Bem longe dessas modernidades que vejo hoje em dia.

Não podia existir vício.
Seria mais fácil seguir a vida que nossos pais seguiram.
Mais simples, mais saudável. Mais sadio.
Seria tudo mais colorido com as borboletas contornando o céu.
Mas nem se voltassem...
Não sei se não se viciariam no mundo moderno também!
Que fiquem onde estão
Pois, aos olhos de quem as quer ver,
Elas ainda existem!

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